google analytics
Sunday, May 24, 2015
Der Ertrunkene des Himmels,Pablo Neruda
Der Ertrunkene des Himmels
Gewebter Schmetterling, Gewand
an die Bäume gehängt,
ertrunken im Himmel, hinab gerissen
zwischen Böen und Regen, allein, allein, gedungen,
Kleidung und Haar in Fetzen
und von Luft zerfressne Mitten.
Unbeweglich, so widerstehst du
der heiseren Nadel des Winters,
dem Strom luftigen Wassers, das dich irre verfolgt. Himmels-
Schatten, Taubengezweig,
nachts zerbrochen zwischen den toten Blumen:
ich bleibe stehen und leide,
wenn, gleich einem langsamen kälteerfüllten Klang,
du deine vom Wasser gepeitschte Abendröte verbreitest.
La ahogada del cielo,Pablo Neruda
Tejida mariposa, vestidura
colgada de los árboles,
ahogada en cielo, derivada
entre rachas y lluvias, sola, sola, compacta,
con ropa y cabellera hecha jirones
y centros corroídos por el aire.
Inmóvil, si resistes
la ronca aguja del invierno,
el río de agua airada que te acosa. Celeste
sombra, ramo de palomas
roto de noche entre las flores muertas:
yo me detengo y sufro
cuando como un sonido lento y lleno de frío
propagas tu arrebol golpeado por el agua.
colgada de los árboles,
ahogada en cielo, derivada
entre rachas y lluvias, sola, sola, compacta,
con ropa y cabellera hecha jirones
y centros corroídos por el aire.
Inmóvil, si resistes
la ronca aguja del invierno,
el río de agua airada que te acosa. Celeste
sombra, ramo de palomas
roto de noche entre las flores muertas:
yo me detengo y sufro
cuando como un sonido lento y lleno de frío
propagas tu arrebol golpeado por el agua.
Lília Tavares - Parto com os ventos (por José-António Moreira)
Esta noite é líquida
nos meus olhos esvaziados
de rumores e saudade.
Fixo o farol e a luz
da vida cúmplice.
Como as gaivotas parto
e regresso
porque este areal é meu.
Nem os búzios perdidos
nas águas profundas me podem
chamar com cânticos e brilhos.
Sou ilha e barco,
tu a margem que espera.
Parto com os ventos.
Sei de uma ilha de ventos
onde os pássaros azuis
da solidão fazem festins
no oceano das águas velozes.
Fiquei na orla branca das ondas,
noveladas como búzios deslumbrados.
Estendida entre brumas
preciso desse silêncio,
das asas abertas do afastamento
de luas desveladas.
o meu olhar de tanto mar
fixou-se numa nuvem de vento.
Dispo-me de gaivotas
quando é o teu olhar com asas
que me solta e agarra,
pois dois sentidos moram
para além de nós,
nos habitam e esperam
sentados aos tropeções
dentro dos nossos corpos.
São aves de muitas ondas,
as que nos beijam.
A hora chegou com o seu gume.
Amor,
volto a partir com os ventos ....
Estas horas
sulcam rios
nos dedos das minhas mãos.
Horas, horas sem fim,
esperarei por ti
até que o mar me traga a tua voz
ou os gritos roucos das gaivotas
me tragam o silêncio desta ilha
tornada espera.
Procuro-te no fim negro do asfalto
onde te vi desaparecer,
após a calma dos objectos partilhados
no balbuciar dos nossos dedos
Horas, horas sem fim,
serei banco de madeira
ou cais de espera.
Vem.
nos meus olhos esvaziados
de rumores e saudade.
Fixo o farol e a luz
da vida cúmplice.
Como as gaivotas parto
e regresso
porque este areal é meu.
Nem os búzios perdidos
nas águas profundas me podem
chamar com cânticos e brilhos.
Sou ilha e barco,
tu a margem que espera.
Parto com os ventos.
Sei de uma ilha de ventos
onde os pássaros azuis
da solidão fazem festins
no oceano das águas velozes.
Fiquei na orla branca das ondas,
noveladas como búzios deslumbrados.
Estendida entre brumas
preciso desse silêncio,
das asas abertas do afastamento
de luas desveladas.
o meu olhar de tanto mar
fixou-se numa nuvem de vento.
Dispo-me de gaivotas
quando é o teu olhar com asas
que me solta e agarra,
pois dois sentidos moram
para além de nós,
nos habitam e esperam
sentados aos tropeções
dentro dos nossos corpos.
São aves de muitas ondas,
as que nos beijam.
A hora chegou com o seu gume.
Amor,
volto a partir com os ventos ....
Estas horas
sulcam rios
nos dedos das minhas mãos.
Horas, horas sem fim,
esperarei por ti
até que o mar me traga a tua voz
ou os gritos roucos das gaivotas
me tragam o silêncio desta ilha
tornada espera.
Procuro-te no fim negro do asfalto
onde te vi desaparecer,
após a calma dos objectos partilhados
no balbuciar dos nossos dedos
Horas, horas sem fim,
serei banco de madeira
ou cais de espera.
Vem.
Subscribe to:
Posts (Atom)