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Friday, October 23, 2015
A partir dos limites das palavras, António Ramos Rosa,
A partir dos limites das palavras
A partir dos limites
das palavras
das árvores
o amor das árvores
as frases do desejo
as sombras
brancas
de outras palavras
outras
outras palavras
brancas
o trajecto
mais breve
de uma sombra a outra
pode ser
outra sombra
A partir das palavras
e do amor das árvores
das palavras
das árvores
o amor das árvores
as frases do desejo
as sombras
brancas
de outras palavras
outras
outras palavras
brancas
o trajecto
mais breve
de uma sombra a outra
pode ser
outra sombra
A partir das palavras
e do amor das árvores
Quero ser outro e é outro que eu me vejo, António Ramos Rosa,
Quero ser outro e é outro que eu me vejo
Quero ser outro e é outro que eu me vejo
sentindo que sou eu sem saber quem sou eu
Escrever é sempre outra versão
de um texto que nunca se chegou a compor
Mas é igualmente a diversão
que nos faz vacilar entre o eu e um outro
sem necessitar de ser um ou outro
Há sempre quem procure saber quem é o autor de um texto
como para lhe pedir contas ou referências exactas
mas quem escreve desvia a trajectória paralela
para o ser que já sendo um outro
nunca o é o seu movimento para ele
Ninguém pode decidir Ele é um outro
porque ele é o processo de uma transformação
em que é uma invenção o reconhecimento
e que só é não sendo ou sendo um outro
sentindo que sou eu sem saber quem sou eu
Escrever é sempre outra versão
de um texto que nunca se chegou a compor
Mas é igualmente a diversão
que nos faz vacilar entre o eu e um outro
sem necessitar de ser um ou outro
Há sempre quem procure saber quem é o autor de um texto
como para lhe pedir contas ou referências exactas
mas quem escreve desvia a trajectória paralela
para o ser que já sendo um outro
nunca o é o seu movimento para ele
Ninguém pode decidir Ele é um outro
porque ele é o processo de uma transformação
em que é uma invenção o reconhecimento
e que só é não sendo ou sendo um outro
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