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Tuesday, February 6, 2018

Beethoven , Piano Sonata, No. 32, Op. 111 , Maria João Pires

Mendelssohn ,Song without words ,Lied ohne Worte, Op.109, Maria João Pires



how wonderful...melting

Mendelssohn , Songs Without Words ,Barenboim


closing my evening with this

Brahms, piano quartet no. 3 , op. 60, C minor, La Gaia Scienza



note:
what i feel is a human energy meeting obstruction and finding
another flow for the river...
walking, falling, getting up, walking..etc

Brahms, piano trio no.2, op. 87, C major, Maria João Pires

Gustavo Santaolalla , Lela

Manuel Bandeira, Sonho

Manuel Bandeira, Sonho


Sonhei ter sonhado 
Que havia sonhado. 
Em sonho lembrei-me 
De um sonho passado: 
O de ter sonhado 
Que estava sonhando. 
Sonhei ter sonhado... 
Ter sonhado o que? 
Que havia sonhado 
Estar com você. 
Estar? Ter estado, 
Que é tempo passado. 
Um sonho presente 
Um dia sonhei. 
Chorei de repente, 
Pois vi, despertado, 
Que tinha sonhado.


note: my excursion today into poetry from Brazil.
and this poem..maybe i will remember in sleep or all of
a sudden when driving my car...

O espelho, Manuel Bandeira

O espelho

Ardo em Desejo na tarde que arde! 
Oh, como é belo dentro de mim 
Teu corpo de ouro no fim da tarde: 
Teu corpo que arde dentro de mim 
Que ardo contigo no fim da tarde! 

Num espelho sobrenatural, 
No infinito (e esse espelho é o infinito?...) 
Vejo-te nua, como num rito, 
À luz também sobrenatural, 
Dentro de mim, nua no infinito! 

De novo em posse da virgindade, 
- virgem, mas sabendo toda a vida - 
No ambiente da minha soledade, 
De pé, toda nua, na virgindade 
Da revelação primeira da vida

Vou-me Embora pra Pasárgada , Manuel Bandeira

Vou-me Embora pra Pasárgada
Manuel Bandeira

Vou-me embora pra Pasárgada

Lá sou amigo do rei

Lá tenho a mulher que eu quero

Na cama que escolherei

Vou-me embora pra Pasárgada

Vou-me embora pra Pasárgada

Aqui eu não sou feliz

Lá a existência é uma aventura

De tal modo inconseqüente

Que Joana a Louca de Espanha

Rainha e falsa demente

Vem a ser contraparente

Da nora que nunca tive

E como farei ginástica

Andarei de bicicleta

Montarei em burro brabo

Subirei no pau-de-sebo

Tomarei banhos de mar!

E quando estiver cansado

Deito na beira do rio

Mando chamar a mãe-d'água

Pra me contar as histórias

Que no tempo de eu menino

Rosa vinha me contar

Vou-me embora pra Pasárgada

Em Pasárgada tem tudo

É outra civilização

Tem um processo seguro

De impedir a concepção

Tem telefone automático

Tem alcalóide à vontade

Tem prostitutas bonitas

Para a gente namorar

E quando eu estiver mais triste

Mas triste de não ter jeito

Quando de noite me der

Vontade de me matar

— Lá sou amigo do rei —

Terei a mulher que eu quero

Na cama que escolherei

Vou-me embora pra Pasárgada.


note:
better not go there..too sad 

The Animal, Manuel Bandeira

Yesterday I saw an animal
On a filthy hallway
Searching for food between the garbage

When finding anything
It did not inspect or smelled
Just swallowed with voracity

The animal was not a dog
Or a cat
Or a rat

The animal, oh my Lord, was a man! 

ARTE DE AMAR, Manuel Bandeira

ARTE DE AMAR

Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma.
A alma é que estraga o amor.
Só em Deus ela pode encontrar satisfação.
Não noutra alma.
Só em Deus - ou fora do mundo.

As almas são incomunicáveis.

Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo.

Porque os corpos se entendem, mas as almas não.



note:
yes?  is this true?
i wonder deeply...poor souls...

O Rio, Manuel Bandeira

O Rio
Manuel Bandeira

Ser como o rio que deflui
Silencioso dentro da noite.
Não temer as trevas da noite.
Se há estrelas nos céus, refletí-las.
E se os céus se pejam de nuvens,
Como o rio as nuvens são água,
Refleti-las também sem mágoa
Nas profundidades tranquilas.

also stolen :-)

so calm inside...so lovely this poem

Bernard Herrmann , Andante Cantabile





stolen :-)