stolen with joy
'Entre partir e ficar hesita o dia,
enamorado de sua transparência.
A tarde circular é uma baía:
em seu quieto vai e vem se move o mundo.
Tudo é visível e tudo é ilusório,
tudo está perto e tudo é intocável.
Os papéis, o livro, o vaso, o lápis
repousam à sombra de seus nomes.
Pulsar do tempo que em minha têmpora repete
a mesma e insistente sílaba de sangue.
A luz faz do muro indiferente
Um espectral teatro de reflexos.
No centro de um olho me descubro;
Não me vê, não me vejo em seu olhar.
Dissipa-se o instante. Sem mover-me,
eu permaneço e parto: sou uma pausa'
'Between going and staying
the day wavers,
in love with its own transparency.
The circular afternoon is now a bay
where the world in stillness rocks.
All is visible and all elusive,
all is near and can’t be touched.
Paper, book, pencil, glass,
rest in the shade of their names.
Time throbbing in my temples repeats
the same unchanging syllable of blood.
The light turns the indifferent wall
into a ghostly theater of reflections.
I find myself in the middle of an eye,
watching myself in its blank stare.
The moment scatters. Motionless,
I stay and go: I am a pause.'
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